quinta-feira, 15 de abril de 2010

O que falta na preparação do futuro condutor?




A notícia de que 6 em cada 10 candidatos a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação são reprovados no exame prático de direção é algo realmente assustador.

O que será que está faltando no processo de preparação destes candidatos? Alguns pontos de vista podem ser levantados: falta de preparo dos instrutores, tempo muito curto dos cursos teóricos e práticos, critérios inadequados de avaliação nos testes teóricos e práticos, falta de educação de trânsito a longo prazo, entre outros.

Na notícia acima, um dos fatores enfatizados para que este número de reprovações esteja tão alto é a falta de preparo dos instrutores. Podemos dizer que os cursos que preparam os instrutores são, em sua maioria, muito curtos e existem até cursos à distância. Se fizéssemos uma avaliação criteriosa a respeito de regras de circulação, direção defensiva e legislação de trânsito com os instrutores em geral, poderíamos descobrir que muitos não têm informações e nem condições de atuarem como instrutores. Ouço muitas críticas a respeito da sua qualidade profissional, mas não podemos generalizar. Será que o instrutor é o único responsável por esta situação de reprovação?

Se o aluno está reprovando é porque não está aprendendo. Por que ele não está aprendendo? Neste caso há fatores relacionados ao instrutor, ao aluno, às condições de trabalho, ao tempo dos cursos, etc.

Será que o instrutor está sendo preparado adequadamente para ensinar uma pessoa a ser motorista? Ser motorista é muito mais do que saber “guiar o carro para passar nos testes”, mas implica em responsabilidades que vão além dos cuidados com a própria vida.

O instrutor foi preparado para lidar com as questões psicológicas do aprendiz, tais como comportamento impulsivo, medo de dirigir, insegurança, ansiedade, agressividade?

Como o instrutor é visto pela sociedade, como está a valorização desta profissão? O que se quer são bons profissionais, mas desde que custem pouco. Que contradição!

O profissional que ensina a dirigir deve ser muito bem preparado, pois instruir não é tarefa fácil, precisa ser levada com a maior seriedade e considerar o trânsito violento que o Brasil possui.

Por isso acredito ser fundamental cursos mais longos e de qualidade, defendo a reciclagem para instrutores, cursos de aperfeiçoamento em diversas áreas para que os mesmos não fiquem “parados no tempo”, que sua prática não caia na rotina, que os instrutores mais novos possam desenvolver-se profissionalmente adquirindo gradativamente mais conhecimento.

Este desafio poderia ser assumido pelos Detran’s pois são as instituições mais envolvidas com as questões do trânsito, desenvolvendo projetos de prevenção de acidentes e de educação de trânsito. A formação de qualidade dos instrutores e dos motoristas é uma questão de urgência e deve ser encarada com muito mais seriedade pelos órgãos legislativos e executivos de trânsito.


Fonte: http://www.blogdotransito.com.br/?p=276

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